Conheça a escultura de Vestido de Vidro

Por edsonmri - 25 de agosto de 2017 - Sem categoria

 

Você já viu um vestido de vidro?

Isso é improvável, mas agora terá a sua oportunidade!

Do que estamos falando?

Trata-se de uma escultura de vestido de vidro assinada por Karen La Monte.

vestido de vidro

Se você achava que a tendência era o plástico como temos visto recentemente no mundo da moda, você está enganado.

Karen é praticamente uma estilista, porém de uma forma bastante peculiar: Ela cria escultura de vestido de vidro.

História da artista e conceito da obra

A artista graduada na Rhoden Island School of Design, em 1990.

Morava em Nova York e costumava participar de exposições de galerias de arte, no início de sua carreira.

Inicialmente, foram desenvolvidas diversas esculturas inspiradas em roupas, fantoches e marionetes.

Empenhada na representação artística de nossa pele natural e da nossa pele social, ou seja, o que vestimos. Essa representação é utilizada para ocultar o nosso verdadeiro eu – o que somos.

Karen passou a retratar sua arte fazendo o uso de metáforas, mostrando a mulher na sociedade dentro do seu círculo social.

Além disso, as esculturas de Karen possui referências de esculturas gregas e romanas clássicas.

Em 1999, ganhou uma bolsa para estudar na República Checa e então, estudou como a roupa pode moldar o corpo, de forma que culturalmente o corpo seja visto e aceito pela sociedade.

A partir disso, a artista passou a criar esculturas de vestidos em vidro fundido.

Blue Dress é considerado uma de suas primeiras obras, exposto no Corning Museum of Glass.

blue dress

Karen passou a adicionar em suas esculturas uma espécie de vestido fantasmagórico, trazendo um corpo ausente nos vestidos.

Criando vestidos sensuais e sutis, repleto de detalhes moldados em vidro fundido – o que nos leva a crer que são quase reais.

São esculturas de vidro que nos fazem querem tocá-las, pois nos remete à tecidos como ceda e o cetim.

Devido ao inenarrável talento de Karen, ela foi capaz de criar um material rígido em formas sensuais e delicadas e em tamanho real.

Desorientando, assim, todos os sentidos táteis do ser humano e o que a fez levar o Prêmio Louis Comfort Tiffany Foundation em 2001.

Composição do vidro

Antes de saber como é feita a escultura, é importante entender como o vidro é composto.

O vidro é constituído por matérias-primas naturais. Acredita-se na história que o material foi descoberto por acaso.

Quando ao fazerem fogueiras na praia, navegadores perceberam que ao misturar a areia com o calcário (conchas) se combinavam com a alta temperatura do fogo.

Há registros desse experimento histórico desde 7.000 a.C por sírios, babilônios e fenícios.

Vale ressaltar que as matérias-primas que compõem o vidro continua sendo as mesmas, só o processo é mais acelerado por causa da tecnologia.

O vidro é composto de areia, calcário, barrilha (carbonato de sódio), alumina (óxido de alumínio) e corantes ou descorantes para vidros incolor.

Como já foi retratado, para que haja o fogo é necessário que essa composição esteja em alta temperatura. Por isso, é levada ao forno de fusão e sob o efeito do calor, transforma-se em vidro.

Após o processo, o vidro é conduzido para uma máquina de conformação, onde, é o tipo de vidro que se pretende obter.

E por fim, a peça de vidro deve ser recozida, ou seja, deve esfriar lentamente até a temperatura ambiente e deixando-o mais resistente.

Vidro Fundido para composição do Vestido

vidro fundido

Até aqui, você compreendeu como é feita a composição do vidro…

E, como é natural do ser humano, você deve estar curioso para entender como é feito o vestido de vidro.

A obra criada por Karen é iniciada por vidro fundido, popularmente, conhecido como vidro quente.

Ele é preparado quando duas peças separadas são levadas ao forno até derreter e torna-se uma única peça.

E depois é feito o processo de “recozinhamento”, tornando-se um vidro muito mais resistente do que a maioria dos vidros.

Um fato interessante do vidro fundido é que ele pode ser produzido em três temperaturas diferentes:

O modelo atolado é referido ao processo de queima do vidro em temperaturas mais baixas: 593 ° a 677°;

Esse modelo é bastante utilizado para moldar o vidro fundido, de acordo com o que se pretende com o material.

O modelo de fusão é feito em temperaturas um pouco mais altas: 667º a 732º. Permite que as duas peças possam ser trabalhadas em conjunto, sem perder qualquer pedaço da sua forma original.

E por último, a fusão completa é feita em forno aquecido entre 732º a 816º.

Isso permite que ambas as peças se juntem e fiquem totalmente acabadas, sem criar problemas na estrutura.

A fusão do vidro normalmente são usadas em esculturas, telhas, artes ornamentais, etc. Existem diversas formas e tamanhos para que sejam adequadas aos vários tipos de projetos.

Vale ressaltar que o tempo de cozimento do vidro varia com o tipo de fusão que se pretende fazer.

Como é feito o vestido de vidro?

O primeiro passo é tirar medidas do corpo de uma pessoa e a partir daí, criar um manequim de gesso para ajudar a construir o vestido.

Depois de fazer o molde de gesso, cria-se uma borracha em positivo (como na fotografia ou desenho, quando você destaca apenas dois lados de uma imagem: o preto e o branco) e pinta o corpo com cera fundida. Essa cera serve para tirar a impressão do corpo, ou melhor, para modelar o corpo.

O corpo é pintado em duas partes: frente e costas. A cera fundida derrete a borracha do molde e então é cortada em duas partes, desvinculando o molde do manequim passando a fita adesiva sobre o corpo inteiro.

Nesse processo, a artista experimenta diversas posições do corpo-humano, buscando a melhor posição para expressar o sentimento que o manequim aparenta sentir.

Está relacionado com expressar o que o verdadeiro eu do ser humano sente e como a roupa também pode influenciar.

Por exemplo: Um corpo curvado pode transmitir ao observador o sentimento de melancolia.

Após o molde finalizado, um vestido é escolhido pela artista. Esse vestido é pintado por dentro e por fora com spray para tecido. Isso serve para endurecê-lo e facilitar todo o trabalho. Após o endurecimento, o tecido todo é pintado com cera fundida do lado de fora.

Depois o molde do vestido também é cortado para ser levado para o forno (com cavidade maior do que o molde) até derreter e acabar por transformar-se em vidro.

Para finalizar, cada peça de vidro é cortada em pedaços, como busto, pernas, etc. Essas peças são coladas aos poucos, com muito cuidado (a artista tem um pavor nessa fase da obra. O medo das peças se quebrarem fazem com que a artista pense até em ter um ataque cardíaco). Por fim, as peças vão se complementando até virar uma completa obra de arte!

Veja a galeria que preparamos para você com alguns dos vestidos de vidro feito por Karen La Monte:

É de tirar o fôlego, né?!

Recentemente, seu último trabalho foi apresentado no Museu de Arte Chrysler, Virgínia nos EUA e em seguida, passando pelo Smithsonian Art Museum.

Karen La Monte continua criando esculturas de vidro na República Checa, onde vive até hoje.

 

Texto: Ana Tamires

Gostou do vestido de vidro? Deixe um comentário sobre o que achou e acompanhe o nosso blog e nos siga nas redes sociais (Facebook, InstagramGoogle+Twitter e Pinterest) para ler mais sobre esses assuntos. Até a próxima!


Quer mais conteúdo gratuito?
Gosta de saber dicas sobre limpeza, decoração e ideias para novos projetos?
Cadastre-se para receber conteúdos e descontos exclusivos!